quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Homem de preto

No reveillon passado presenciei uma coisa muito interessante. Tá bom, alguns não a veriam com a mesma profundidade que eu mas admito, achei engraçado. Fui a uma cidadezinha no interior gaúcho, onde mora minha vó, passar o ano novo junto dos meus parentes. Algumas horas antes da virada, minha prima chegou com seu namorado e ele trajava uma bela camisa preta. Minha vó, uma senhora de 70 e poucos anos, muito religiosa, ficou perplexa ao vê-lo com aquela camisa. -Mas vó, é só uma camisa- argumentei. Ela teimava que ele devia reirá-la, afinal, era um mau presságio para o ano novo.

Achei aquilo tudo hilário! Minha família, toda fundada em preceitos cristãos, estérica ante uma superstição. Eu acredito já ter escrito aqui que sou ateu, mas não é só por causa disso que acho essas crendiçes populares muito engraçadas. Garanto que você já deve ter visto alguém dar três pulinhos para São Longuinho, ou então comer uvas no ano novo e usar roupas brancas. O mais interessante disso tudo é que muitas dessas "tradições" se originam de religiões ou culturas que nem seguer imaginamos. A roupa branca no ano novo, por exemplo, é uma tradição do Candomblé para Iemanjá.

Claro que se minha avó soubesse disso ficaria pasma, mas eu não lhe disse nada. Talvez para evitar malentendidos, mas principalmente para não quebrar as crenças e esperanças dela. Por mais infundadas que algumas crenças sejam, quando elas trazem paz e harminia para alguém eu as considero verdadeiras, mesmo não acreditando nelas. Bom, é isso, um feliz 2010 há todos!

P.S.: Usem roupas brancas!! hehehe!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Geração Z

O natal já passou e eu não postei nada por falta de tempo. Embora eu não cultue os preceitos católicos, sou padrinho de batismo do meu primo. Nesse natal ele veio passar uns dias aqui em casa. Talvez agora vocês entendam a falta de tempo para escrever, já que o guri não me deixava parado por um minuto. Enquanto nós jogávamos basquete , fazíamos guerrinha de água e apostávamos no poker ( eu o ensinei a jogar), meu irmão passava a tarde testando os “games” que ganhara com a rápida passada do bom velhinho.


Gustavo (vamos chamá-lo assim), meu afilhado, embora nascido em 2001, não é um exemplo da geração Z. Entretanto, meu irmão é. Ele é um daqueles meninos que se sente mais à vontade em frente a um computador do que em uma roda de amigos. Não o culpo, afinal, ele convive com as máquinas desde os 6 anos e é de se esperar que possua mais vínculos com isso do que com outras pessoas. Mas não nego que isso chamou muito a minha atenção. Que tipo de pessoas esses jovens serão no futuro?


É muito mais fácil realizar os sonhos on-line, no Second Life, por exemplo, do que na vida real. Ali, basta jogar algumas horas e é possível comprar uma roupa ou uns óculos da moda. É fácil adicionar um monte de “amigos” no Orkut, mas é tremendamente difícil estabelecer vínculos afetivos com todos eles. Meu irmão já teve seu perfil no Orkut hackeado (invadido e depredado) por um colega de aula, eles têm apenas 12 anos. Isso só demonstra que a impessoalidade da internet favorece o cometimento de delitos os quais, na vida off-line, nossa ética nos impediria de cometer, porque tudo é mais fácil ali, não há pais fiscalizando nem há como ver o sofrimento da vítima. Talvez a coisa mais interessante sobre a internet é que todos sabem utilizá-la, mas muito poucos sabem como ela funciona.


Vale ressaltar que há pontos muito positivos na internet. Nunca o conhecimento foi tão difundido e popularizado. A dinâmica escolar, do professor-lousa-aluno, foi quebrada e com um clique o aluno passa a ser também o detentor do conhecimento. O mundo ficou menor e muito mais dinâmico, no qual manifestações contra um regime opressor no Irã são facilmente difundidas na rede. Eu posso escrever no meu quarto e você pode ler isso em qualquer canto do mundo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Santo graal da medicina

Já pensou poder curar a surdez? Ou então poder fazer as pessoas recuperarem a memória? Parece conversa de messias, mas não é. São as células-tronco.


Quando as células embrionárias começam a se especializar, algumas delas perdem a capacidade de reprodução. Às células da epiderme, por exemplo, não são capazes de se multiplicar, entretanto são renovadas com freqüência. Isso ocorre pelo simples fato de que há células-tronco sob a derme que as renovam. Entretanto, essas células-tronco presentes nos organismos adultos (pós-embrinário) são capazes de gerar apenas as células do tecido onde estão. A leucemia, que é causada por uma anomalia nas células-tronco da medula, produtoras de hemácias e leucócitos, é tratada com a aplicação de outras células-tronco de um doador ou do próprio paciente (do sangue presente no cordão umbilical previamente armazenado).


Ainda que o potencial de terapêutico dessas células-tronco adultas elas não são capazes de curar, por exemplo, problemas degenerativos no sistema nervoso . Os neurônios não se multiplicam e os danos ao cérebro são cumulativos. Felizmente, pesquisas com células tronco embrionárias, as que se originam de um embrião em desenvolvimento, apontam um futuro promissor para a cura dessas doenças. O sueco Milos Pekny já conseguiu ativar a produção de neurônios com o uso dessas células. No Brasil, já foram desenvolvidas pesquisas promissoras para a regeneração do pâncreas e possível cura da Diabetes tipo 1. Além disso, cientistas conseguiram tranformá-las em células ciliadas sensoriais, as do ouvido, que se degradam com a idade ou com a exposição a ruídos intensos.


No Brasil é permitido o uso de células tronco à partir de embriões para fins de tratamento e pesquisa desde que eles estejam congelados há mais de três anos ou sejam inviáveis, sendo necessária a autorização dos genitores. Alguns alegam que é um ato contra à vida realizar pesquisas com embriões, outros argumentam que o início da vida só têm início com a diferenciação celular, ou seja, após a transformação das células-tronco embrionárias. Seja como for, é impossível negar a incrível capacidade dessas células de trazer esperanças àqueles que já as perderam.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cueca endinheirada volta à moda!

Provavelmente devido à frequencia dos escândalos políticos no país, me assusta o tom de banalidade e resignação com o qual as pessoas tratam desses temas, como se tudo fosse natural. Daqui a pouco a Corrupção tomará o lugar do Tempo nas conversas banais:
- E essa corrupção cumpadre?!
- Pois é, acho que vem uma frente mensalônica lá de Goiás!
 
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