segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pedido: sejam pais de verdade e salvem seus filhos.

"Quando existe avanço tecnológico sem avanço social, surge quase automaticamente, um aumento da miséria humana." (Michael Harrington)


Neste final de semana, quando conversava em frente à televisão, algo na tela chamou minha atenção. Olhei para o televisor e só pude, infelizmente, captar o final de uma reportagem do Fantástico. Claro, as imagens eram chocantes, como não poderiam deixar de ser, mas algo além delas chamou mais a minha atenção. Vivemos em um país aonde o rico divide a rua com o miserável, aonde poucos têm muito e muitos têm pouco. Há um algo, no entanto, que atinge a todos, direta ou indiretamente, sem distinção de classe, cor, religião, poder aquisitivo e sexo; as drogas.


Alcalóides sempre existiram e provavelmente existirão por muito mais tempo do que a humanidade,no entanto, seu uso indiscriminado jamais foi tão difundido. Os Ingleses, ainda no séc. XIX, viciaram a Ásia em ópio. No início dos anos 50, o LSD ainda era uma substância relativamente nova e não se sabia ao certo seus reais efeitos sob o organismo humano. Com isso em mente a CIA, Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, iniciou um projeto de pesquisa sob o codinome Project MKULTRA. Os experimentos consistiam em administrar a droga a empregados da CIA, pessoal militar, doutores, outros funcionários do governo, prostitutas, pacientes com problemas psiquiátricos e membros da população, normalmente sem que soubessem que estavam participando dessa “pesquisa macabra”. Esse projeto foi revelado durante o relatório da US Congressional Rockefeller Commission Report em 1975. O mais curioso, no entanto, é que o LSD só foi proibido nos EUA em 28 de Outubro de 1968, dezoito anos após o início dos experimentos. A história humana e seu vínculo com essas substâncias seria engraçada, se não fosse trágica. O vício pode submeter uma população ao controle de um país estrangeiro, pode ser uma arma contra o comunismo, mas leva muitas vidas consigo.


O que leva a um jovem desistir de seu futuro e entrar num mundo como esse? O que move pessoas de diferentes situações sociais a convergirem para o mesmo fim destrutivo?


Aquela velha história que as mães costumam passar para os filhos e que as instituições de ensino adoram palestrar, de que a droga é, para muitos jovens, uma forma de entrar em um círculo de amizades já não é mais uma realidade. O uso indiscriminado e a busca pelo prazer, muitas vezes sabendo dos riscos e conseqüências, viraram realidade. Há crianças que passam até 16 horas em frente a uma tela de computador, jovens que morrem em excursões de formatura porque entraram em coma alcoólico, outros que acham bacana e divertido ir a “festas” sob influência medicamentos, isso sem falar nos muitos que morrem com a droga da carteira de habilitação no bolso.


Por trás de todos os exemplos já citados existe algo em comum, a permissividade dos pais e a falta de limites dos filhos. Se quiserem culpar alguém pela situação do mundo, do seu país, da sua cidade, culpem a si mesmos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A lei ensina, pais não batem.


A educação não precisa de castigos físicos. É isso que a polêmica “Lei da Palmada” estabelece. Além de fomentar o diálogo sobre violência doméstica, ela também procura firmar novas bases para a educação infantil.


Pais e educadores da “velha guarda” (ligados a antigas correntes de ensino) defendem o uso da palmada como instrumento pedagógico. Segundo eles, essa é a maior demonstração de desaprovação que os pais podem manifestar, e o melhor, qualquer criança é capaz de compreender. O que não se percebe, no entanto, é o dano que o tapa causa nas crianças. Elas compreendem a desaprovação de seus pais com suas atitudes, mas não entendem o que fizeram de errado. Isso acontece porque, nesses casos, o trauma da agrassão é tão forte que impede a assimilação de qualquer explicação subseqüente. Quando a repressão verbal não surte efeito nas crianças é sinal de que o vínculo de confiança e autoridade foi rompido. Castigos físicos são incapazes de reatar esses laços.


Há um tempo atrás, quando a “Lei Seca” estava em trâmite, fizeram as mesmas acusações que hoje atingem a “Lei da Palmada”. Criticam-na sob a ótica de uma redução das liberdades individuais e da autonomia do lar. Esquecem-se, os acusadores, entretanto, que o objetivo da lei é reprimir o abuso de autoridade, não se trata de acabar com a ordem e a hierarquia doméstica. Nenhum magistrado interpretaria a lei no caso de um reflexo preventivo, como quando um pai bate na mão de seu filho para evitar que ele ponha o dedo na tomada. A lei incidiria sobre casos em que a palmada é uma punição recorrente. Além disso, vale ressaltar os benefícios que a polêmica causa. Assim como no caso da proibição do consumo de bebidas alcoólicas por motoristas, o estímulo ao debate é um dos fundamentos da discussão e conscientização. Isso tudo é primordial para atingir o objetivo dessa medida, reduzir a violência doméstica em nosso país.


A “Lei da Palmada” é indispensável a fim de que as futuras gerações tenham bases coerentes para a educação infantil. Desta forma, pais e educadores procurarão dar atenção a seus filhos como forma de restabelecer o respeito mútuo, sem ter de recorrer a palmadas.

 
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