terça-feira, 27 de outubro de 2009

Conflito Existencial

Há pessoas que crêem em um ciclo infinito delas, outras que crêem em pós-vidas, eu creio em uma só. Caso não tenha escrito ainda, sou ateu, graças à deus. Respeito muito a religião alheia, até porque o ateísmo também é uma forma de religião, afinal é preciso ter muita fé para superar a necessidade de um deus nos acuda.


Não pretendo me ater na temática religiosa, até porque pretendo explorar essa temática com mais calma em futuras postagens. Meu objetivo é falar sobre minha concepção de vida. Meu problema com a vida começou a pouco tempo, quando percebi que, querendo ou não, um dia ela iria acabar. Tudo bem, parece fatídico pensar assim, mas não sou pessimista, pelo contrário. Acho muito fácil acreditar em reencarnações, pós-vidas, regressões, céu e até mesmo inferno. A verdade é que ninguém, em sã consciência, quer morrer. Só para frisar, eu também não quero.


Pela lógica, passamos mais de 30% das nossas vidas dormindo (desconsiderando os dorminhocos), mais de 15 anos estudando (nível de bacharel), mais de três messes dela só procurando controle remoto da televisão, fora os anos que passamos em frente à telinha. A pergunta de um milhão é: Se a vida é uma só, se não há outra chance, o que devemos fazer com ela? Creio que deixar de dormir não é uma boa resposta.


Esse grande conflito existencial tem me afligido, peço que tentem responder essa pergunta postando seus comentários nesse post.


Carpe Diem

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escrivaninha

Na casa do meu avô havia uma escrivaninha. Não era uma dessas com as quais estamos habituados, fininha com um computador. Ela era grande, maciça, toda quadrada, feita de uma madeira escura e pouco marchetada. Sua presença na sala era imponente.


No tampão da mesa tinha uma gaveta enorme, muito larga. Ao lado da gaveta, guarnecendo a lateral, havia uma porta de fechadura com uns 70 cm de altura que servia para guardar documentos. A frente da escrivaninha era uma moldura de madeira com tábuas transversais que serviam de estantes. Ali ficavam os livros de contabilidade do meu vô.


Quando criança, olhava a mesa e imaginava o vovô atendendo clientes, fechando pedidos, calculando, e, é claro, bebendo uísque sobre a mesa (ela tinha uma marca de copo bem saliente). Em seus 35 anos de serviço fiel, aquela humilde mesa era a companheira inseparável do meu vô.


Um dia, explorando os livros antigos do vovô, começo a mexer na mesa. Tento abrir as gavetas e, para minha surpresa, elas abrem. Dentro encontro réguas, um calendário perpétuo que só ia até 1995 ( não era tão perpétuo) e muitas folhas com cálculos e nomes esquisitos. O que chamou minha atenção foi uma portinha na lateral da mesa. Era algo incomum, com 20 cm de largura por uns 12 de altura.


Eu tentei abri-la, mas era fechada à chave. Forcei a porta como pude e, o material que já era bem velho, cedeu. O “esconderijo” era muito profundo, enfiei todo o braço e tateei algo como folhas, só que mais espessas. Não me contive, curioso, raptei um cabo de vassoura da cozinha e puxei o conteúdo do buraco.


Eram duas gravuras que fiz quando criança. As gravuras eu achei, infelizmente o vovô já tinha partido.


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Helicóptero


Quando eu era criança, aliás, quando eu era mais criança do que sou hoje (essa ficou ótima), havia um pirulito muito popular. Esse pirulito vinha com uma pequena hélice plástica que era fixada na haste do pirulito e, após a guloseima ser completamente removida do “pauzinho”, a brincadeira começava. O que se fazia era girar o cabo com as mãos, imprimindo velocidade à hélice e fazendo o conjunto voar. Meus recreios, por um bom tempo, se resumiam a competição de “helipirulitos”. É claro que, com o passar do tempo, essa brincadeira infantil perdeu sua graça. Entretanto, sempre tive a curiosidade de saber por que os helicópteros voavam.


A primeira imagem de um helicóptero voando sempre esteve relacionada, para mim, a Guerra do Vietnam. Surpreendentemente, há alguns dias, recebi um e-mail falando sobre o primeiro helicóptero totalmente controlável, o Focke-Wulf Fw 61. Essa aeronave foi construída na Segunda Guerra pelos alemães. Daí eu entendi o porquê de associar o helicóptero à Guerra do Vietnam. O primeiro uso em combate dessas aeronaves ocorreu nesse período triste da história. Felizmente a engenhoca também foi usada para salvar muitas vidas nos campos de batalha.


Por piores que sejam as motivações para criar os mais brilhantes inventos da humanidade, sempre há uma forma de torná-los úteis. Atualmente os helicópteros são utilizados para o controle de incêndios, patrulha ambiental, marítima e controle do tráfico. Mesmo assim, ainda hoje, algumas pessoas pensam que a guerra do Vietnam não acabou e continuam derrubando helicópteros e acabando com vidas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Táxi


Álcool nunca foi um dos meus desejos. Não sou moralista, não prego o que está escrito nas escrituras, tanto na “divina” quanto na legislativa. Apenas não gosto de álcool. Essa é uma posição difícil de sustentar quando se está na idade de “curtir” a vida.


Obviamente que por ter esse pensamento e me manter sóbrio, a responsabilidade de garantir um retorno tranqüilo aos meus amigos quando retornamos das festas sempre caí sobre meus ombros. Como andar de carro em Porto Alegre, à noite, é bem perigoso, bem mesmo, eu sempre procuro voltar pra casa de táxi.


Presumo que todos que lêem esse texto já tenham, pelo menos uma vez, entrado em um carrinho com a placa de táxi no teto. Sempre gostei de andar de táxi, não tanto pelo conforto, que, convenhamos, não é lá grande coisa.


Um dia, voltando de um baile de debutantes com três amigos embriagados, coube a mim pô-los no táxi e guia-los para casa. Se procurar um amigo, sóbrio, em uma festa já é difícil, achar três bêbados é ainda pior. Felizmente eu consegui encontrar dois deles rapidamente e já os pus dentro do veículo e regressei ao salão para achar o terceiro.

Com a tarefa concluída, fui o último a embarcar no táxi. Ao entrar a “gurizada” me disse que já havia dado o “endereço” ao taxista.


O carro começou a andar e eu, que estava exausto, nem prestei muita atenção as ruas ao meu redor. De repente, olho para o lado e percebo que estávamos indo em direção oposta e pergunto ao taxista: O senhor não devia ter dobrado na Sertório?

Ele se vira e perplexo me responde: Mas os rapazes me mandaram pro centro!

Eu, que já não entendia nada, só pedi o endereço, o motorista me disse: Eles disseram pra “tocar” pro Gruta, é um puteiro um tanto caro!


Moral da história: é possível confiar nos taxistas, mas sempre desconfie dos bêbados!

O Retorno

Já faz um bom tempo que não escrevo para esse blog. Talvez minha ausência se justifique devido às provas bimestrais, a correria cotidiana, as desilusões. Principalmente a essas últimas, passei por um longo período de reflexão e leituras, digamos, pesadas. Assumo que estava demasiado descontente com a realidade e, como todo ser humano, busquei a fuga através da reclusão em meu “mundinho”.


Fugir, às vezes, é uma boa opção. Sabe, quando não estamos no campo, avaliamos melhor o jogo e os jogadores, e, é claro, o juiz. Voltei e estou contente por isso. Espero que a leitura desse simples blog os ajude a criar os seus “mundinhos”.

 
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