domingo, 30 de agosto de 2009

Pit Stop


Manhã de domingo, como todo bom samaritano acordo lá pelas nove horas, nem muito cedo nem muito tarde e ligo a televisão. Essa companhia solitária que ilumina o quarto e ao mesmo tempo nos da ainda mais vontade de voltar a dormir. Demorei um pouco para perceber, sabe como é, eu abri os olhos, mas ainda não estava “acordado”. Quando dei por mim já assistia a corrida de F-1.


Creio que não seja necessário ressaltar que nunca assisti uma corrida completamente, sempre considerei essa modalidade “esportiva” como inútil, nunca pensei na rivalidade entre os pilotos, os mecânicos, os motores. Para mim, tudo não passava de uma demonstração de quem possui o melhor carro.

Não sei por que parei para pensar a respeito da corrida, mas considerei uma perfeita analogia a política. É interessante pensar desta forma, por exemplo, o indivíduo que recebe a maior atenção e na maioria das vezes os louros da vitória é o piloto. Claro que se ele falhar, mesmo que a culpa não seja inteiramente sua, o descrédito é dele. Talvez já imagine a quem eu me refiro no âmbito político, o piloto, nesse caso, é o nosso grande Presidente. Talvez as pessoas não lembrem em quem votaram para senador, deputado, prefeito, mas presidente, esse sim, todos lembram.

E os mecânicos, como ficam? Esses simplesmente ficam na vanguarda, alinham o carro, enchem o tanque, trocam os pneus, corrigem o motor e fazem os cálculos necessários para vencer uma corrida. Ninguém lembra muito deles, ficam esquecidos nos boxes, mas quando a coisa aperta, uma mola voa e acerta a cabeça de algum piloto eles imediatamente são responsabilizados. A analogia ai é com os senadores e deputados, quem desempenhem um papel importante demais para não serem responsabilizados. A grande falha da minha analogia é a seguinte: quando um mecânico falha, ele é, além de responsabilizado, demitido; quando um deputado falha,...

Espero que no próximo pit stop prestemos mais atenção nos mecânicos para não desperdiçarmos votos e assim, quem sabe, completaremos uma corrida sem escândalos, sem molas voando.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mundo Moderno

Trago para vocês o meu monólogo favorito, escrito pelo gênio Chico Anísio, não há como sintetizar melhor o nosso mundo, pelo menos não usando apenas “emês”.


Mundo Moderno

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras,modificando maneiras, mascarando maracutáias, majestoso manicômio.

Meu monólogo, mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio maior, maldade mundial.

Madrugada... matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna, monta matumbo malhado, munido machado, martelo... mochila mucha, margeia mata maior. Manhãzinha move moinho moendo macaxeira, mandioca. Meio dia mata marreco... manjar melhorzinho.

Meia noite mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua mas monocórdia, mesmice. Muitos migram mascilentos, maltrapilhos, morarão modestamente: malocas metropolitanas; mocambos miseráveis, menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre... mundo maligno, misturando mendigos maltratados... menores metralhados, militares mandões, meretrizes marafonas, mocinhas, mera meninas... mariposas,
mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas... mundo medíocre.

Milionários montam mansões magníficas, melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos magnatas manobrando milhões mas maioria morre minguando.

Moradia meia-água, menos, marquise. Mundo maluco, máquina mortífera, mundo moderno melhore, melhore mais, melhore muito, melhore mesmo.

Merecemos... maldito mundo moderno, mundinho merda.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sou canhoto, e daí?

Hoje li um artigo assaz curioso na revista Superinteressante, tratava de um tema que há muito me intriga: o canhotismo. Foi uma grande surpresa para meus pais quando eles contataram que eu era canhoto, é uma característica peculiar, contemplada por apenas 10% das pessoas e aparentemente sem transmissão genética regular. Até hoje não se sabe por que não somos todos destros.


As vantagens de ser canhoto são óbvias, não apenas se destacar na sala de aula por ser diferente ou ser excluído pelo mesmo motivo. Felizmente os tempos mudaram e não fui repreendido por professores apenas por ter nascido com esse dom de escrever com a mão esquerda. Há algum proveito em ter essa singular habilidade, por exemplo, em esportes como baseball (o canhoto ser mais bem sucedido contra um lançador destro), no futebol, no hockey de gelo, na esgrima, etc. Justamente por levar vantagens eu nunca gostei de competir no âmbito dos esportes, afinal, seria uma falta de respeito com os menos capacitados competir comigo, um supercanhoto.


Pesquisando um pouco sobre a origem desta “anomalia” descobri que, segundo um estudo recente da Universidade Nacional Australiana a transferência de informações entre os lados (ou hemisférios) direito e esquerdo do cérebro são mais rápidas em canhotos! No fundo eu sempre soube disso, mas a constatação científica é sempre boa. Outra coisa que me chamou muito a atenção foi descobrir que o famoso código secreto no qual Leonardo da Vinci escrevia seus trabalhos não era nada mais do que uma escrita normal invertida de forma que fosse lida em um espelho. O detalhe é que ele escrevia da direita para a esquerda para não borrar já que era canhoto.


No dia 13 de agosto vou comemorar o Dia Internacional dos Canhotos. Sim, existe um dia pra isso. Não sei quanto a vocês, mas eu sinto muito orgulho de ser canhoto! Hahaha!


Pesquisa da Universidade Nacional Australiana: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2006/12/061206_canhotosrapidosfn.shtml


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cagar No Mato


É muito provável que o leitor atento se espante com a expressão vulgar “cagar” que utilizei no título. O uso decorre de um intenso raciocínio lógico (não evitei o pleonasmo, todo raciocínio é lógico), eu poderia simplesmente ter escrito “defecar” no mato, mas segundo minha concepção ninguém defeca no mato, as pessoas defecam na louça das privadas, no mato se caga.


Pode parecer idiota discorrer sobre um assunto tão peculiar, mas vou fazê-lo mesmo assim, afinal, quem não cagou no mato que atire a primeira pedra. Creio que levarei algumas pedradas, pois atualmente poucas pessoas vivenciam esta experiência. Não é uma experiência magnífica como, por exemplo, conhecer a Torre Eiffel, mas convenhamos tem suas semelhanças, porque quem projetou aquele troço sem utilidade tinha merda na cabeça. Brincadeiras à parte, Gustave Eiffel (1832-1923) era um visionário e merece crédito pela magnífica construção.


Assumindo agora uma postura mais séria, resolvi relatar sobre esse delicado e orgânico assunto porque o acho extremamente engraçado. Eu nunca tive dificuldades em realizar esse ato ecologicamente correto, minha verdadeira dificuldade era, na realidade, encontrar um local adequado para fazer isso. Em minha primeira experiência, durante minha tenra infância em um acampamento familiar de verão, posicionei-me atrás de um eucalipto, escondendo perfeitamente as nádegas, mas não o rosto. Além disso, o eucalipto delimitava a margem de uma trilha de motocross. Dentro de meia hora os competidores passaram de motocicleta levantando mais do que apenas poeira e terra.


Outra vez em que tive o desprazer de utilizar o mato como área de concentração tomei toda a cautela para evitar quaisquer trilhas, picadas ou caminhos em meio ao mato. Optei por uma zona reservada, não muito longe do acampamento, de onde podia ver sem ser visto. Infelizmente, com todas as precauções que tomei, não reparei em um formigueiro próximo a minha área de concentração. As formigas foram muito hábeis em localizar o agente por trás das mudanças em seu habitat e imediatamente começaram a me perturbar. Resultado: Não terminei a tarefa e voltei para o acampamento com os pés inchados de picadas de formigas saúvas.


Não sou extremamente versado nas artes sanitárias mas fiz algumas observações que julgo interessantes. O sujeito que defeca em casa é normalmente culto, lê o jornal, na falta deste, conta os azulejos reparando nos rejuntes dos mesmos e reclama dos pedreiros. Já o indivíduo que caga no mato é ecologista, do estilo Green Piece, usa o jornal para limpar a bunda e enquanto realiza a tarefa observa as formigas no solo e as moscas no céu.


Hehe, isso tudo foi apenas uma brincadeira para demonstrar a incrível criatividade humana muito mal empregada. Abraços e boas cagadas.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Espirro, Tosses, Máscaras!


Faltam oito minutos para acabar o Dia dos Pais e eu resolvi escrever alguma coisa, mas não alusiva a esta data, pretendo postergar o meu escrito sobre o dia dos pais para uma próxima publicação. Talvez pareça normal e oportuno falar sobre este tema, sim, escreverei sobre a gripe H1N1.


O motivo pelo qual decidi me manifestar tão tarde da noite é simples, uma cena que me chamou a atenção; eu estava cruzando a Av. Oswaldo Aranha quando vi um senhor usando uma máscara cirúrgica, mas ela estava muito mal colocada, não tapava o nariz.

Como estava de carro não pude avisá-lo sobre a incorreta colocação da máscara, mas aproveitei o momento para refletir. É engraçado reparar que em pleno século 21, após a revolução médico-sanitária, algumas pessoas ainda agem como na época da Gripe Espanhola, quando se acreditava que a gripe só se espalhava através da saliva e não pela mucosa nasal. Curiosamente a Gripe Espanhola, também conhecida como gripe pnumónica, que assolou o mundo em 1918 é cepa mortal do vírus influenza A do subtipo H1N1.


Todo a aval feito pela mídia a respeito da doença aumentou o receio e até o medo que vários indivíduos nutriam sobre a doença. Eu, particularmente, fico receoso a respeito do assunto, pois não tenho conhecimento sobre a capacidade de defesa do organismo em relação à nova gripe. Os vírus de gripe são muito comuns e compõe uma parte essencial para manter o equilíbrio no organismo, constantemente sofremos intentonas virais e bacteriológicas. Até mesmo os bebês recém nascidos adquirem, por um período de meses, a imunidade biológica da mãe e depois desse período passam a construir suas próprias barreiras de defesa. O que me preocupa é que os vírus oriundos de mutações em organismos animais normalmente possuem um potencial de letalidade muito maior do que o vírus de gripe comum, isso porque as nossas defesas não estão acostumadas a combater esse “inimigo”, nossas plaquetas não o identificam como uma partícula invasora.


Minhas supostas férias foram ampliadas em virtude deste ataque viral ao Estado, digo supostas férias porque não pude usufruir a mesma como seria comum. Infelizmente a regra de “evitar aglomerações” inclui o veículo de transporte de qualquer estudante, falo do Mercedes-Benz (ônibus), inclui também os pontos de encontro da gurizada como shoppings, cinema e festas. Parece que os livros se tornaram a companhia ideal para o recesso escolar, mal posso esperar para o retorno ao Colégio!


Grandes abraços, muita higiene e saúde. Lembrem-se, essas duas últimas andam juntas!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Live and let live...


Recentemente recebi um e-mail falando sobre uma adolescente que matou uma colega na porta de um colégio. Imediatamente, talvez seguido pelo meu subconsciente, acrescentei aquele e-mail aos demais spans e correntes que jaziam na lixeira. Não sei por que resolvi lê-lo e checar a veracidade das informações que, para minha surpresa, estavam corretas.

A notícia que recebi por e-mail era essa: “Uma garota de 17 anos matou a facadas uma colega de escola por ciúmes de um rapaz na noite desta segunda-feira em frente a um colégio no Parque Guarani, zona leste de São Paulo.

A adolescente foi ferida na região da axila direita e morreu de hemorragia quando era atendida em um pronto-socorro da região.” Meio Norte - 28/03/2006

Estarrecido com a frieza do homicídio resolvi pesquisar na internet por outras cenas parecidas, e, infelizmente, minha tela se encheu de atentados semelhantes. Mas o que leva um jovem a matar outro? O que torna tudo isso tão fácil? Onde se encontram os quesitos morais que norteiam esses jovens assassinos?

Refletindo um pouco sobre o assunto reparei que os jovens que cometeram tais atrocidades não pertenciam à classe baixa, mas sim à classe média. Tinham acesso à educação, lazer e cultura. Talvez estivessem com problemas psicológicos, mas creio que a noção de violência e seu emprego estavam erroneamente dispostos na cabeça destes deles.

Enquanto lia as notícias sobre um jovem alemão que matou 16 colegas e depois se suicidou, virei minha cabeça e vi o meu irmão, jogando um jogo de computador, um jogo com um objetivo simples e definido, matar quantos “inimigos” fosse possível. Porque matar é tão fácil nestes jogos? Simplesmente porque não se faz nenhum julgamento moral sobre isso, matar e morrer, no computador, é a mesma coisa, faz parte do jogo. Infelizmente alguns jovens acham que na vida real também é assim.

Carpe Diem


Creio que a minha primeira postagem deva, ao menos, esclarecer o peculiar título deste blog. Primeiramente o que é Carpe Diem? Sei que atualmente pouquíssimas pessoas ainda estudam latim, mas erroneamente as pessoas traduzem estas duas palavras como "aproveite o dia", na verdade seu significado literal é “colha o dia”. Sim, colha o dia, estranho não é mesmo? Essa expressão aparece em “Odes” do poeta romano Horácio (65 - 8 AC) onde se lê: “Carpe diem quam minimum credula postero” (Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã).


Parece macabro e deprimente tal título para um blog, mas acho que ele sintetiza com certa maestria a contemporaneidade. A pequena expressão que utilizei como título é constantemente utilizada para justificar o prazer imediato, pois “aproveite o dia de hoje, não se conhece o amanha”. E realmente não é isso que vivemos? Um mundo onde o prazer e a satisfação imediata são os objetivos? Onde o aqui e agora são mais importantes? Por que não usar drogas? Por que que usar camisinha? Por quê?


O slogan “Carpe Diem” é bem conhecido da publicidade, é uma ótima forma de incentivar o consumo. A geração imagem, a minha geração, adota o carpe diem como bandeira. Consumismo, materialismo e prazer são três coisas que andam junto com os jovens em detrimento de outros valores e formas de pensamento que deveriam auxiliar no crescimento e amadurecimento dos futuros adultos.


Sinceramente, eu não gosto do usar essas duas palavras desta forma, para mim, elas têm outro significado. Vejo-as como simplesmente, aproveite o dia, tire o máximo de proveito do seu dia. Essa forma simples mas poderosa de pensamento é a doutrina de algumas crenças orientais e eu procuro seguir esta forma de pensamento. O que fiz de útil neste dia?


Carpe diem!

 
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