quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Homem de preto

No reveillon passado presenciei uma coisa muito interessante. Tá bom, alguns não a veriam com a mesma profundidade que eu mas admito, achei engraçado. Fui a uma cidadezinha no interior gaúcho, onde mora minha vó, passar o ano novo junto dos meus parentes. Algumas horas antes da virada, minha prima chegou com seu namorado e ele trajava uma bela camisa preta. Minha vó, uma senhora de 70 e poucos anos, muito religiosa, ficou perplexa ao vê-lo com aquela camisa. -Mas vó, é só uma camisa- argumentei. Ela teimava que ele devia reirá-la, afinal, era um mau presságio para o ano novo.

Achei aquilo tudo hilário! Minha família, toda fundada em preceitos cristãos, estérica ante uma superstição. Eu acredito já ter escrito aqui que sou ateu, mas não é só por causa disso que acho essas crendiçes populares muito engraçadas. Garanto que você já deve ter visto alguém dar três pulinhos para São Longuinho, ou então comer uvas no ano novo e usar roupas brancas. O mais interessante disso tudo é que muitas dessas "tradições" se originam de religiões ou culturas que nem seguer imaginamos. A roupa branca no ano novo, por exemplo, é uma tradição do Candomblé para Iemanjá.

Claro que se minha avó soubesse disso ficaria pasma, mas eu não lhe disse nada. Talvez para evitar malentendidos, mas principalmente para não quebrar as crenças e esperanças dela. Por mais infundadas que algumas crenças sejam, quando elas trazem paz e harminia para alguém eu as considero verdadeiras, mesmo não acreditando nelas. Bom, é isso, um feliz 2010 há todos!

P.S.: Usem roupas brancas!! hehehe!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Geração Z

O natal já passou e eu não postei nada por falta de tempo. Embora eu não cultue os preceitos católicos, sou padrinho de batismo do meu primo. Nesse natal ele veio passar uns dias aqui em casa. Talvez agora vocês entendam a falta de tempo para escrever, já que o guri não me deixava parado por um minuto. Enquanto nós jogávamos basquete , fazíamos guerrinha de água e apostávamos no poker ( eu o ensinei a jogar), meu irmão passava a tarde testando os “games” que ganhara com a rápida passada do bom velhinho.


Gustavo (vamos chamá-lo assim), meu afilhado, embora nascido em 2001, não é um exemplo da geração Z. Entretanto, meu irmão é. Ele é um daqueles meninos que se sente mais à vontade em frente a um computador do que em uma roda de amigos. Não o culpo, afinal, ele convive com as máquinas desde os 6 anos e é de se esperar que possua mais vínculos com isso do que com outras pessoas. Mas não nego que isso chamou muito a minha atenção. Que tipo de pessoas esses jovens serão no futuro?


É muito mais fácil realizar os sonhos on-line, no Second Life, por exemplo, do que na vida real. Ali, basta jogar algumas horas e é possível comprar uma roupa ou uns óculos da moda. É fácil adicionar um monte de “amigos” no Orkut, mas é tremendamente difícil estabelecer vínculos afetivos com todos eles. Meu irmão já teve seu perfil no Orkut hackeado (invadido e depredado) por um colega de aula, eles têm apenas 12 anos. Isso só demonstra que a impessoalidade da internet favorece o cometimento de delitos os quais, na vida off-line, nossa ética nos impediria de cometer, porque tudo é mais fácil ali, não há pais fiscalizando nem há como ver o sofrimento da vítima. Talvez a coisa mais interessante sobre a internet é que todos sabem utilizá-la, mas muito poucos sabem como ela funciona.


Vale ressaltar que há pontos muito positivos na internet. Nunca o conhecimento foi tão difundido e popularizado. A dinâmica escolar, do professor-lousa-aluno, foi quebrada e com um clique o aluno passa a ser também o detentor do conhecimento. O mundo ficou menor e muito mais dinâmico, no qual manifestações contra um regime opressor no Irã são facilmente difundidas na rede. Eu posso escrever no meu quarto e você pode ler isso em qualquer canto do mundo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Santo graal da medicina

Já pensou poder curar a surdez? Ou então poder fazer as pessoas recuperarem a memória? Parece conversa de messias, mas não é. São as células-tronco.


Quando as células embrionárias começam a se especializar, algumas delas perdem a capacidade de reprodução. Às células da epiderme, por exemplo, não são capazes de se multiplicar, entretanto são renovadas com freqüência. Isso ocorre pelo simples fato de que há células-tronco sob a derme que as renovam. Entretanto, essas células-tronco presentes nos organismos adultos (pós-embrinário) são capazes de gerar apenas as células do tecido onde estão. A leucemia, que é causada por uma anomalia nas células-tronco da medula, produtoras de hemácias e leucócitos, é tratada com a aplicação de outras células-tronco de um doador ou do próprio paciente (do sangue presente no cordão umbilical previamente armazenado).


Ainda que o potencial de terapêutico dessas células-tronco adultas elas não são capazes de curar, por exemplo, problemas degenerativos no sistema nervoso . Os neurônios não se multiplicam e os danos ao cérebro são cumulativos. Felizmente, pesquisas com células tronco embrionárias, as que se originam de um embrião em desenvolvimento, apontam um futuro promissor para a cura dessas doenças. O sueco Milos Pekny já conseguiu ativar a produção de neurônios com o uso dessas células. No Brasil, já foram desenvolvidas pesquisas promissoras para a regeneração do pâncreas e possível cura da Diabetes tipo 1. Além disso, cientistas conseguiram tranformá-las em células ciliadas sensoriais, as do ouvido, que se degradam com a idade ou com a exposição a ruídos intensos.


No Brasil é permitido o uso de células tronco à partir de embriões para fins de tratamento e pesquisa desde que eles estejam congelados há mais de três anos ou sejam inviáveis, sendo necessária a autorização dos genitores. Alguns alegam que é um ato contra à vida realizar pesquisas com embriões, outros argumentam que o início da vida só têm início com a diferenciação celular, ou seja, após a transformação das células-tronco embrionárias. Seja como for, é impossível negar a incrível capacidade dessas células de trazer esperanças àqueles que já as perderam.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cueca endinheirada volta à moda!

Provavelmente devido à frequencia dos escândalos políticos no país, me assusta o tom de banalidade e resignação com o qual as pessoas tratam desses temas, como se tudo fosse natural. Daqui a pouco a Corrupção tomará o lugar do Tempo nas conversas banais:
- E essa corrupção cumpadre?!
- Pois é, acho que vem uma frente mensalônica lá de Goiás!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Conflito Existencial

Há pessoas que crêem em um ciclo infinito delas, outras que crêem em pós-vidas, eu creio em uma só. Caso não tenha escrito ainda, sou ateu, graças à deus. Respeito muito a religião alheia, até porque o ateísmo também é uma forma de religião, afinal é preciso ter muita fé para superar a necessidade de um deus nos acuda.


Não pretendo me ater na temática religiosa, até porque pretendo explorar essa temática com mais calma em futuras postagens. Meu objetivo é falar sobre minha concepção de vida. Meu problema com a vida começou a pouco tempo, quando percebi que, querendo ou não, um dia ela iria acabar. Tudo bem, parece fatídico pensar assim, mas não sou pessimista, pelo contrário. Acho muito fácil acreditar em reencarnações, pós-vidas, regressões, céu e até mesmo inferno. A verdade é que ninguém, em sã consciência, quer morrer. Só para frisar, eu também não quero.


Pela lógica, passamos mais de 30% das nossas vidas dormindo (desconsiderando os dorminhocos), mais de 15 anos estudando (nível de bacharel), mais de três messes dela só procurando controle remoto da televisão, fora os anos que passamos em frente à telinha. A pergunta de um milhão é: Se a vida é uma só, se não há outra chance, o que devemos fazer com ela? Creio que deixar de dormir não é uma boa resposta.


Esse grande conflito existencial tem me afligido, peço que tentem responder essa pergunta postando seus comentários nesse post.


Carpe Diem

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escrivaninha

Na casa do meu avô havia uma escrivaninha. Não era uma dessas com as quais estamos habituados, fininha com um computador. Ela era grande, maciça, toda quadrada, feita de uma madeira escura e pouco marchetada. Sua presença na sala era imponente.


No tampão da mesa tinha uma gaveta enorme, muito larga. Ao lado da gaveta, guarnecendo a lateral, havia uma porta de fechadura com uns 70 cm de altura que servia para guardar documentos. A frente da escrivaninha era uma moldura de madeira com tábuas transversais que serviam de estantes. Ali ficavam os livros de contabilidade do meu vô.


Quando criança, olhava a mesa e imaginava o vovô atendendo clientes, fechando pedidos, calculando, e, é claro, bebendo uísque sobre a mesa (ela tinha uma marca de copo bem saliente). Em seus 35 anos de serviço fiel, aquela humilde mesa era a companheira inseparável do meu vô.


Um dia, explorando os livros antigos do vovô, começo a mexer na mesa. Tento abrir as gavetas e, para minha surpresa, elas abrem. Dentro encontro réguas, um calendário perpétuo que só ia até 1995 ( não era tão perpétuo) e muitas folhas com cálculos e nomes esquisitos. O que chamou minha atenção foi uma portinha na lateral da mesa. Era algo incomum, com 20 cm de largura por uns 12 de altura.


Eu tentei abri-la, mas era fechada à chave. Forcei a porta como pude e, o material que já era bem velho, cedeu. O “esconderijo” era muito profundo, enfiei todo o braço e tateei algo como folhas, só que mais espessas. Não me contive, curioso, raptei um cabo de vassoura da cozinha e puxei o conteúdo do buraco.


Eram duas gravuras que fiz quando criança. As gravuras eu achei, infelizmente o vovô já tinha partido.


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Helicóptero


Quando eu era criança, aliás, quando eu era mais criança do que sou hoje (essa ficou ótima), havia um pirulito muito popular. Esse pirulito vinha com uma pequena hélice plástica que era fixada na haste do pirulito e, após a guloseima ser completamente removida do “pauzinho”, a brincadeira começava. O que se fazia era girar o cabo com as mãos, imprimindo velocidade à hélice e fazendo o conjunto voar. Meus recreios, por um bom tempo, se resumiam a competição de “helipirulitos”. É claro que, com o passar do tempo, essa brincadeira infantil perdeu sua graça. Entretanto, sempre tive a curiosidade de saber por que os helicópteros voavam.


A primeira imagem de um helicóptero voando sempre esteve relacionada, para mim, a Guerra do Vietnam. Surpreendentemente, há alguns dias, recebi um e-mail falando sobre o primeiro helicóptero totalmente controlável, o Focke-Wulf Fw 61. Essa aeronave foi construída na Segunda Guerra pelos alemães. Daí eu entendi o porquê de associar o helicóptero à Guerra do Vietnam. O primeiro uso em combate dessas aeronaves ocorreu nesse período triste da história. Felizmente a engenhoca também foi usada para salvar muitas vidas nos campos de batalha.


Por piores que sejam as motivações para criar os mais brilhantes inventos da humanidade, sempre há uma forma de torná-los úteis. Atualmente os helicópteros são utilizados para o controle de incêndios, patrulha ambiental, marítima e controle do tráfico. Mesmo assim, ainda hoje, algumas pessoas pensam que a guerra do Vietnam não acabou e continuam derrubando helicópteros e acabando com vidas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Táxi


Álcool nunca foi um dos meus desejos. Não sou moralista, não prego o que está escrito nas escrituras, tanto na “divina” quanto na legislativa. Apenas não gosto de álcool. Essa é uma posição difícil de sustentar quando se está na idade de “curtir” a vida.


Obviamente que por ter esse pensamento e me manter sóbrio, a responsabilidade de garantir um retorno tranqüilo aos meus amigos quando retornamos das festas sempre caí sobre meus ombros. Como andar de carro em Porto Alegre, à noite, é bem perigoso, bem mesmo, eu sempre procuro voltar pra casa de táxi.


Presumo que todos que lêem esse texto já tenham, pelo menos uma vez, entrado em um carrinho com a placa de táxi no teto. Sempre gostei de andar de táxi, não tanto pelo conforto, que, convenhamos, não é lá grande coisa.


Um dia, voltando de um baile de debutantes com três amigos embriagados, coube a mim pô-los no táxi e guia-los para casa. Se procurar um amigo, sóbrio, em uma festa já é difícil, achar três bêbados é ainda pior. Felizmente eu consegui encontrar dois deles rapidamente e já os pus dentro do veículo e regressei ao salão para achar o terceiro.

Com a tarefa concluída, fui o último a embarcar no táxi. Ao entrar a “gurizada” me disse que já havia dado o “endereço” ao taxista.


O carro começou a andar e eu, que estava exausto, nem prestei muita atenção as ruas ao meu redor. De repente, olho para o lado e percebo que estávamos indo em direção oposta e pergunto ao taxista: O senhor não devia ter dobrado na Sertório?

Ele se vira e perplexo me responde: Mas os rapazes me mandaram pro centro!

Eu, que já não entendia nada, só pedi o endereço, o motorista me disse: Eles disseram pra “tocar” pro Gruta, é um puteiro um tanto caro!


Moral da história: é possível confiar nos taxistas, mas sempre desconfie dos bêbados!

O Retorno

Já faz um bom tempo que não escrevo para esse blog. Talvez minha ausência se justifique devido às provas bimestrais, a correria cotidiana, as desilusões. Principalmente a essas últimas, passei por um longo período de reflexão e leituras, digamos, pesadas. Assumo que estava demasiado descontente com a realidade e, como todo ser humano, busquei a fuga através da reclusão em meu “mundinho”.


Fugir, às vezes, é uma boa opção. Sabe, quando não estamos no campo, avaliamos melhor o jogo e os jogadores, e, é claro, o juiz. Voltei e estou contente por isso. Espero que a leitura desse simples blog os ajude a criar os seus “mundinhos”.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Meninas Modernas


Ontem ocorreu um episódio comigo digno dos seriados de humor norte americanos. Considerei-o tão profundo e ao mesmo tempo esquisito que não pude deixar de relatar neste blog. Eu faço academia três vezes por semana e ontem era um destes dias.


Eram umas sete da noite, eu já havia acabado meu exercício e, após o alongamento, desci para a recepção, onde esperava encontrar minha mãe e meu irmão. Como sempre, eles estavam um pouco atrasados e eu pude conversar com o dono do estabelecimento. A título de história vamos chamá-lo de seu Jorge. Enquanto conversávamos sobre um assunto qualquer, uma menininha, que para mim parecia ter uns 9 anos, estava sentada, inquieta, no sofá, à espera de sua mãe.


A garotinha tinha batom nos lábios, cabelos compridos e vestia-se como adolescente, no entanto, ao seu lado, sentava-se uma boneca. Durante minha conversa com o seu Jorge, a garotinha não tirava os olhos de mim, numa clara perturbação. Na idade dela eu agia da mesma forma quando queria conversar com alguém mas não achava uma brecha.

O seu Jorge, que não é nem um pouco bobo, com seus 65 anos de experiência, percebeu que a situação seguinte seria engraçada. Introduziu a menininha na conversa dizendo:


- Está vendo essa guria? – Eu respondi que sim, afinal, posso até ser meio cego do olho direito e não enxergar nada do esquerdo, mas eu a via.Ele completou:


- Ela já tem namorado – Não pude evitar a surpresa, mas é claro que imaginei que fosse mais uma das brincadeiras que os mais velhos pregam nas crianças. A minha surpresa foi com a resposta da criança.


- É verdade, eu tenho. – E ela ainda completou: - Esse é o meu terceiro.


Depois disso caí em uma risada convulsiva e incontrolável, ver aquele rostinho infantil falando aquilo era demais pra mim. Nisso, alguns adultos entraram no recinto e observavam, atentos, o diálogo da menina-adolescente. Ela me fitou e, com um olhar sério, me perguntou:


- Tu “tem” namorada? – Como eu não sabia qual a concepção que uma garotinha naquela idade tem de um relacionamento optei por responder negativamente. Claro que após isso eu fui o objeto hilariante. Quando eu achei que tinha terminado ela solta mais uma: - Quantos anos tu “tem”? – Eu respondi honestamente e ela fez uma observação muito pertinente:


- Tudo isso e não tem namorada?- Esperou a frase fazer efeito e soltou outra.


- Quando tu “deu” teu primeiro beijo? – Depois dessa os adultos também não agüentaram, e eu, aturdido, não sabia o que responder. Na dúvida, falei o que me veio à cabeça, 12 anos.


Naquele momento ela ficou quieta, com olhar perdido, como se estivesse digerindo tudo aquilo que eu disse. Todos que estavam no local não tiravam os olhos dela, e eu já estava pasmo. Nunca que eu imaginaria isso de uma guria de no máximo 11 anos. Eu virei para o seu Jorge e disse:


- Nessa idade eu ainda assistia Power Rangers, Escolinha do Prof. Raimundo e Chaves! Hoje eles já tem msn, orkut, celular..-


A garota ainda disse em tom irônico demais para sua tenra idade:


- Tenho tudo isso que tu disse!-


Daí a mãe dela irrompe pelas escadas e ela grita:


- MÃEEE!!!-


Eu saí de lá me perguntando: “Será que ela é precoce ou eu é que estou atrasado?”

sábado, 12 de setembro de 2009

Negócio da Morte


Estava viajando e pensando besteira, quando, de repente, tive uma destas epifanias malucas. O termo epifania é de origem religiosa e denota iluminação divina; entretanto, no sentido laico, nada mais é do que uma idéia brilhante, aquele “clic”.


A minha epifania foi a seguinte: hoje em dia é possível ganhar dinheiro com tudo, tudo mesmo. Tive essa epifania devido ao enterro recente do Maicon Jackson, parece estranho, mas olhe só: saiba que a cada segundo há, em média, 1.8 mortes no planeta. Certo, deve estar imaginando que isso não tem nenhuma relação com o comércio, afinal, mortos não consomem. Pelo contrário, eles movimentam mais de 11 bilhões de dólares nos EUA!


Imagine só, um morto, apenas um, movimenta capital na indústria de caixões, nas floriculturas, na indústria de cosméticos (maquiagem), nas Associações de Cemitérios, nas Companhias de Seguro, nos crematórios, nas manufaturas de lápides, etc. O custo médio de um enterro nos EUA é de 6,500 dólares! Isso sem incluir a vaga no cemitério! No Japão um funeral custa 40,000 dólares! Isso talvez explique porque 98% dos japoneses são cremados; no Reino Unido 72% dos britânicos e nos EUA, 32%.


Enquanto a cremação emite dióxido de carbono, contribuindo para o efeito estufa, os caixões enterrados liberam formaldeido e álcool metílico, poluindo os mananciais de água. A cada ano 22.500 cemitérios nos Estados Unidos enterram aproximadamente:

  • 2,8 milhões de metros cúbicos de madeira.
  • 104,272 toneladas de aço.
  • 2,700 toneladas de cobre e bronze.
  • 1,636,000 toneladas de concreto armado.
  • 3 milhões de litros de fluído embalsamatório.

Para evitar a poluição, em muitos países é possível ser enterrado em florestas. Assim você crescerá dentro de árvores que oxigenarão o planeta! Na Austrália, no Japão e Reino Unido é possível ser enterrado em um caixão biodegradável que rapidamente será decomposto e nutrirá o solo. Por 12,500 dólares seus restos mortais podem ser liberados no espaço ou na superfície da lua! Por apenas $2,700 é possível transformar seu cadáver em um diamante, já pensou, um diamante da esposa na aliança? Mesmo depois da morte ela não te larga.


Viu? Morrer gera uma indústria. Eu só espero não movimenta-la tão cedo! Para mim o melhor é continuar vivendo, mas convenhamos, que esse negócio é esquisito ele é.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Salve o Brasil!


É gurizada, hoje é o dia. Comemoramos hoje a emancipação política da cidade mineira de Itabirito. Brincadeiras a parte, hoje relembramos a independência do Brasil, após aquele famosos brado: Independência ou Morte! É bem verdade que muitos historiadores contestam o fato, mas não podemos negar a beleza da atitude, afinal, romper ligações coloniais de mais de 300 anos não é coisa para qualquer um.


No desfile alusivo a essa data eu marchei na avenida, e afirmo, sem sombra de dúvida, que foi um imenso privilégio. São raríssimas as demonstrações públicas de patriotismo, excetuadas as ligadas ao futebol (que são mais ligadas ao futebol do que ao Brasil em si). Suponho que a falta de patriotismo se deva ao desânimo em relação a ética dos órgãos políticos, e justamente por isso que fico perplexo, pois, em uma situação política desagradável é que devemos mostrar nossa insatisfação e vontade de mudança, por um Brasil melhor. Esse é o verdadeiro patriotismo.


Não vou falar sobre o Brasil, a política ou mesmo a governadora, acho que isso desmerece um pouco essa data, falarei sobre o desfile. Há alguns anos, antes de entrar no Colégio Militar, eu assistia o desfile com a minha família. Era bonito, inspirador, como assistir uma boa peça no teatro, aplaudíamos e saímos satisfeitos. Entretanto, quando ingressei no CMPA ( Col. Militar de Porto Alegre) as coisas se inverteram, eu era o ator por trás do espetáculo, obviamente não o protagonista, era mais um dos vários coadjuvantes. Para quem assiste parece muito fácil "sair caminhando", mas não é.


Os bastidores do famigerado 7 de Setembro é que são interessantes, as bandas, as rivalidades históricas entre os Colégios, os alunos/cadetes/militares que passam mal, entre tantas outras coisas. Nesse ano nós desfilamos ás 10h 45 min, mas estávamos em forma desde às 7h 15min. Isso é normal, ficamos em forma, somos "revistados" pelo General e pela governadora, que, pessoalmente, parece bem mais velha. Confesso que tive vontade de lhe perguntar: Porque a senhora não ficou em casa, na mansão, assistindo o desfile pela TV?


Quando a marcha rompe e nós começamos a nos mover é que a coisa fica divertida. Aconteceu um imprevisto com o comandante do meu grupamento e ele teve de ser substituído por uma garota, nada demais, mas a Televisão não deixou de ressaltar o fato. Enquanto marchávamos tínhamos que coordenar as passadas ritmadas de acordo com a nossa banda, pois havia outras 3 ou 4. Durante o percurso nos estaqueamos próximos ao viaduto e, para minha infelicidade, eu me sujei. Aos desavizados, normalmente nos desfiles cívicos os cavalos marcham à frente e eles têm o triste hábito de defecar no caminho. Quando nós paramos na beira do viaduto eu pisei em uma lembrança equina. O pior disso tudo é que nesses desfiles não se para, ao suspender a marcha o indivíduo anda sem sair do lugar, apenas levanta e abaixa as pernas mantendo a cadência, e foi isso que eu fiz.


Em suma meu sapato está se deteriorando. Perto do palanque das autoridades eu apresentei o estandarte (eu carregava a bandeira da minha companhia) e segui marchando. Aprendi uma lição valiosa, por mais leve que seja, a bandeira sempre se tornará pesada no final. Desejo a todos um bom feriado e viva o nosso País!





terça-feira, 1 de setembro de 2009

Amigos

Por muito tempo pensei em como prestar uma homenagem aos meus poucos e grandes amigos. Resolvi começar, logicamente, pelo começo. Uma coisa que marcou muito a noção que tenho de amizade foi no aniversário de 50 anos do meu pai. Ao apagar as velinhas (eram várias) ele falou o seguinte: Quando eu era criança me disseram que se eu pudesse encher minha mão e contar cinco amigos eu seria uma pessoa de muita sorte, hoje olho para meus convidados e me faltam mãos para contar.


Quando criança, naquela ilusão infantil, me imaginava rodeado de amigos sinceros e verdadeiros, e honestamente, creio que não estava enganado, pois a inocência das crianças não as permite corromper o frágil elo que une duas pessoas pela amizade. Com o passar dos anos e início das grandes diferenças entre amigos, conhecidos e pessoas as quais simplesmente cumprimentamos, percebi que amizade era algo que eu tinha dificuldade em manter. Aqueles que me conhecem pessoalmente sabem que não tenho dificuldades em me relacionar, pelo contrário, modesta parte, me dou bem com todo mundo. O meu grande problema era, e ainda é, manter contato, persistir. Não gosto de ligar para as pessoas só para saber como estão, salvo raras exceções. Não tenho o hábito de passar longas horas conversando em frente ao computador e, além de tudo isso, tenho uma péssima memória para aniversários.


É por isso que, para mim, é difícil encontrar os cinco amigos. Não quero dizer que as muitas pessoas com as quais travo amizade não sejam realmente meus amigos, não, longe de mim afirmar isso. O que quero dizer é que são poucos que conseguem captar minhas idéias sem que elas sejam proferidas, poucos que sabem quando estou triste (afinal, todos em algum momento ficamos tristes), poucos que me apóiam ou demonstram a inconseqüência das minhas palavras quando estou frustrado.


Gostaria de citar os nomes das pessoas especiais que compõe a singela lista de verdadeiros amigos, mas seria “antiético”. Não me preocupo em encontrar muitos amigos, para mim, amigos e livros são muito semelhantes, não importa a quantidade, mas sim a qualidade. Para aqueles que agüentam as terríveis manhãs ao meu lado, ouvindo minhas piadas velhas e esfarrapadas, que estão longe mas ainda assim pensam em mim com carinho, meu sincero e carinhoso abraço. A estes e aos demais que estão inclusos no meu rol de amizades , dedico esse vídeo:







*Esse é o título de uma música famosa, a música de abertura dos jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, interpretada por Sarah Brightman e José Carreras.


domingo, 30 de agosto de 2009

Pit Stop


Manhã de domingo, como todo bom samaritano acordo lá pelas nove horas, nem muito cedo nem muito tarde e ligo a televisão. Essa companhia solitária que ilumina o quarto e ao mesmo tempo nos da ainda mais vontade de voltar a dormir. Demorei um pouco para perceber, sabe como é, eu abri os olhos, mas ainda não estava “acordado”. Quando dei por mim já assistia a corrida de F-1.


Creio que não seja necessário ressaltar que nunca assisti uma corrida completamente, sempre considerei essa modalidade “esportiva” como inútil, nunca pensei na rivalidade entre os pilotos, os mecânicos, os motores. Para mim, tudo não passava de uma demonstração de quem possui o melhor carro.

Não sei por que parei para pensar a respeito da corrida, mas considerei uma perfeita analogia a política. É interessante pensar desta forma, por exemplo, o indivíduo que recebe a maior atenção e na maioria das vezes os louros da vitória é o piloto. Claro que se ele falhar, mesmo que a culpa não seja inteiramente sua, o descrédito é dele. Talvez já imagine a quem eu me refiro no âmbito político, o piloto, nesse caso, é o nosso grande Presidente. Talvez as pessoas não lembrem em quem votaram para senador, deputado, prefeito, mas presidente, esse sim, todos lembram.

E os mecânicos, como ficam? Esses simplesmente ficam na vanguarda, alinham o carro, enchem o tanque, trocam os pneus, corrigem o motor e fazem os cálculos necessários para vencer uma corrida. Ninguém lembra muito deles, ficam esquecidos nos boxes, mas quando a coisa aperta, uma mola voa e acerta a cabeça de algum piloto eles imediatamente são responsabilizados. A analogia ai é com os senadores e deputados, quem desempenhem um papel importante demais para não serem responsabilizados. A grande falha da minha analogia é a seguinte: quando um mecânico falha, ele é, além de responsabilizado, demitido; quando um deputado falha,...

Espero que no próximo pit stop prestemos mais atenção nos mecânicos para não desperdiçarmos votos e assim, quem sabe, completaremos uma corrida sem escândalos, sem molas voando.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mundo Moderno

Trago para vocês o meu monólogo favorito, escrito pelo gênio Chico Anísio, não há como sintetizar melhor o nosso mundo, pelo menos não usando apenas “emês”.


Mundo Moderno

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras,modificando maneiras, mascarando maracutáias, majestoso manicômio.

Meu monólogo, mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio maior, maldade mundial.

Madrugada... matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna, monta matumbo malhado, munido machado, martelo... mochila mucha, margeia mata maior. Manhãzinha move moinho moendo macaxeira, mandioca. Meio dia mata marreco... manjar melhorzinho.

Meia noite mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua mas monocórdia, mesmice. Muitos migram mascilentos, maltrapilhos, morarão modestamente: malocas metropolitanas; mocambos miseráveis, menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre... mundo maligno, misturando mendigos maltratados... menores metralhados, militares mandões, meretrizes marafonas, mocinhas, mera meninas... mariposas,
mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas... mundo medíocre.

Milionários montam mansões magníficas, melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos magnatas manobrando milhões mas maioria morre minguando.

Moradia meia-água, menos, marquise. Mundo maluco, máquina mortífera, mundo moderno melhore, melhore mais, melhore muito, melhore mesmo.

Merecemos... maldito mundo moderno, mundinho merda.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sou canhoto, e daí?

Hoje li um artigo assaz curioso na revista Superinteressante, tratava de um tema que há muito me intriga: o canhotismo. Foi uma grande surpresa para meus pais quando eles contataram que eu era canhoto, é uma característica peculiar, contemplada por apenas 10% das pessoas e aparentemente sem transmissão genética regular. Até hoje não se sabe por que não somos todos destros.


As vantagens de ser canhoto são óbvias, não apenas se destacar na sala de aula por ser diferente ou ser excluído pelo mesmo motivo. Felizmente os tempos mudaram e não fui repreendido por professores apenas por ter nascido com esse dom de escrever com a mão esquerda. Há algum proveito em ter essa singular habilidade, por exemplo, em esportes como baseball (o canhoto ser mais bem sucedido contra um lançador destro), no futebol, no hockey de gelo, na esgrima, etc. Justamente por levar vantagens eu nunca gostei de competir no âmbito dos esportes, afinal, seria uma falta de respeito com os menos capacitados competir comigo, um supercanhoto.


Pesquisando um pouco sobre a origem desta “anomalia” descobri que, segundo um estudo recente da Universidade Nacional Australiana a transferência de informações entre os lados (ou hemisférios) direito e esquerdo do cérebro são mais rápidas em canhotos! No fundo eu sempre soube disso, mas a constatação científica é sempre boa. Outra coisa que me chamou muito a atenção foi descobrir que o famoso código secreto no qual Leonardo da Vinci escrevia seus trabalhos não era nada mais do que uma escrita normal invertida de forma que fosse lida em um espelho. O detalhe é que ele escrevia da direita para a esquerda para não borrar já que era canhoto.


No dia 13 de agosto vou comemorar o Dia Internacional dos Canhotos. Sim, existe um dia pra isso. Não sei quanto a vocês, mas eu sinto muito orgulho de ser canhoto! Hahaha!


Pesquisa da Universidade Nacional Australiana: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2006/12/061206_canhotosrapidosfn.shtml


 
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